Bruna Morsh psicóloga e transsexual foge dos esteriótipos

Formada em psicologia clínica, com pós-graduação em psicanalise clínica de orientação lacaniana, a também escritora catarinense Bruna Sofia Morsch, 26 anos, foge dos estereótipos impostos pela sociedade e procura se destacar cada vez mais na carreira literária, acadêmica e sonha conquistar o país.

Com um livro já publicado e elogiado pela crítica: “Van Ella Citron”, uma publicação da editora Micronotas, de 2017.

No entanto Bruna pretende agora em 2020, palestrar pelo Brasil, contando sua história de vida, apesar de tão nova, para outras transexuais, comunidade LGBTQ+ e principalmente para os brasileiros, que ainda é a população mundial que mais exerce o preconceito contra travestis, transexuais ou transgêneros.

Em outras palavras  população trans estão entre as que mais sofre para conseguir inserção e desenvolvimento profissional. O subgrupo da população trans tem de enfrentar desafios ainda maiores. Ao assumir a transexualidade, boa parte das pessoas é excluída pela família ou até expulsa de casa, além de sofrer bullying.

 Portanto o que torna complicado frequentar uma instituição de ensino. Bruna acredita por que por ter nascido numa família estruturada, e que por ter uma formação superior, seu caminho para aceitação e até mesmo para obter suas conquistas pessoais, como lançar seu livro de ficção, tenha sido de alguma maneira mais amena, mas não menos difícil.

Daí surgiu a ideia de estar mais integrada nessa comunidade, e buscar caminhos para essa aproximação e desmistificação do ser transexual, principalmente no Brasil.

Acima de tudo  Bruna Morsh pretende lançar um canal no youtube, além de formatar uma palestra para empresas, leigos e comunidades em geral sobre o “ser transexual no Brasil”, fugindo do senso comum, ou seja, transexualidade x prostituição.

Mostrando o caminho inverso, de que é possível sim ser um profissional liberal, ter uma carreira acadêmica, o apoio da família, ou seja, ser uma pessoa comum e respeitada em nossa sociedade.

Além disso a psicóloga e escritora pretende também buscar caminhos e parcerias com produtores, roteiristas e canais audiovisuais para transformar Van Ella Citron, em filme ou série, a mesma acredita muito no poder e na dramatização da historia de seu livro.

Bruna tem sua visão crítica não só da sociedade diante da comunidade trans, mas também da comunidade científica e psicanalítica diante da temática.

Depois disso o  tabu ainda é mantido por debaixo do véu por muitos condutores da ciência e psicanálise, visto que há ainda poucas pessoas trans como sujeito de fala, e muitas como objeto de pesquisa, o que defasa o lugar legítimo de existência das pessoas trans.

“Eu planejo futuramente uma vida mais sólida com arte e psicanálise, na qual eu realmente possa explorar as problemáticas que eu considero importantes, belas e causadoras do meu desejo articulado na minha vida profissional.”

“Sobre a vida trans… é algo que me desanima. Embora tenhamos conquistado muita visibilidade e novos lugares de fala, o que temos, ainda é pouquíssimo.

E eu não me contento com este pouco… nossa visibilidade não pode se reduzir a falar sobre ser trans, sexualidade e a dor que o outro tem ao se incomodar com a minha existência.

Alem disso sou mais que o incomodo do outro, mais que a ignorância federal diante de mim. E eu não quero só é somente falar sobre isso.”

Bruna Morsch