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Fabrício Boliveira fala sobre viver Wilson Simonal


Fabrício Boliveira fala sobre viver Wilson Simonal

Um dos personagens principais da novela ‘Segundo sol’, ator mostra em filme as fases mais importantes da vida do cantor acusado de colaborar com ditadura. Filme foi lançado no Festival de Gramado. O ator Fabrício Boliveira no filme ‘Simonal’, de Leonardo Domingues.
Divulgação / Paprica Fotografia
Uma parte da mente de Fabrício Boliveira está em Roberval, personagem central de “Segundo sol”, novela das 21h da TV Globo. A outra parte está em Wilson Simonal (1938-2000), um dos principais nomes da história da Música Popular Brasileira. O ator é o protagonista de “Simonal”, filme de estreia do diretor Leonardo Domingues.
O longa foi apresentado na noite desta segunda-feira (20), na mostra competitiva da 46ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Também programado para o próximo Festival do Rio, “Simonal” vai chegar ao circuito comercial em 2019.
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Trata-se de um resumo de pouco mais de duas horas da vida do cantor – do início da carreira aos anos de decadência. Entre um período e outro, o afastamento do mundo artístico.
“O que aconteceu com o Simonal foi impressionante e assustador. Ele é a grande primeira vítima do que hoje se convencionou chamar de ‘fake news'”, afirmou Boliveira em entrevista ao G1 durante evento para balanço dos 100 primeiros capítulso de “Segundo sol”.
“Todo o processo para poder interpretá-lo, o mergulho que precisei fazer em sua vida e carreira, são coisas das quais eu nunca mais vou me esquecer.”
Conhecido por músicas como “Meu Limão, meu limoeiro” e “Sá Marina”, Wilson Simonal acabou sendo acusado pelo Ministério Público por suspeita de ordenar a tortura de seu contador, Rafael Viviani.
O cantor suspeitava que Viviani fazia desfalques irregulares em sua empresa – algo que jamais foi comprovado. Por esse motivo, o artista acabou condenado a seis meses de prisão, cumpridos em regime aberto.
A suspeita de que Simonal era um colaborador do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), um dos órgãos mais brutais da ditadura militar, algo também jamais comprovado, praticamente acabou com sua carreira, a partir do início dos anos 1970.
Encontrando resistência e desconfiança de sua própria classe, de gravadoras, de parte dos meios de comunicação e também de donos de casas de espetáculos, que se recusavam a escalá-lo, Simonal entrou em uma espécie de isolamento artístico. Continuou gravando discos, mas sem o mesmo sucesso de antes.
Com problemas de alcoolismo, Simonal morreu em 25 de julho de 2000, em decorrência de problemas hepáticos.
“Precisávamos contar a história de Simonal. A maioria das pessoas nem sequer conhece os fatos da vida dele e, mesmo assim, o julgam. Temos que fechar esse buraco que ficou na história da música brasileira”, disse Boliveira.
Fabiula Nascimento e Fabricio Boliveira em cena de ‘Segundo sol’
João Miguel Júnior/Globo
Personagem complexo
Enquanto aguarda a estreia de “Simonal” – e ainda colhe o reconhecimento por um dos papéis principais de “Tungstênio”, de Heitor Dhália, lançado nos cinemas em junho –, Fabrício experimenta a complexidade de Roberval em “Segundo sol”, escrita por João Emanuel Carneiro, mesmo autor de “Avenida Brasil”.
“É um personagem muito complexo, muito rico. Um homem que sempre quis mais e que, ao mesmo tempo, também sofreu bastante – a vida foi muito dura com o Roberval”, afirmou o autor sobre seu personagem na novela das 21h.
“E é incrível como as coisas dão errado para ele. Há muita profundidade e aspectos a serem explorados naquela personalidade.”
Fonte: http://g1.globo.com/dynamo/pop-arte/rss2.xml

Fabrício Boliveira fala sobre viver Wilson Simonal

Marcos Morrone

Nascido em São Paulo Capital. CEO do Grupo Morrone Comunicações Ltda.

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