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Nicki Minaj expande limites para superar concorrência.

Em álbum diverso e cheio de convidados, de Eminem a Ariana Grande.

Nicki Minaj expande limites para superar concorrência.

Nicki Minaj volta com sangue nos olhos e expande limites para superar concorrência em ‘Queen’; G1 ouviu.

Em álbum diverso e cheio de convidados, de Eminem a Ariana Grande, a rapper mostra todas as suas armas para mostrar que continua no topo. Nicki Minaj na capa de ‘Queen’, seu quarto disco
Divulgação.

4º disco de Nicki Minaj

Um espectro ronda “Queen”, 4º disco de Nicki Minaj – o espectro de Cardi B. Claro que o estilo tem espaço para várias rainhas, ainda mais com as paradas cada vez mais comandadas por mulheres e pelo rap. Mas o efeito da concorrência forte e a obstinação renovada de Nicki se provar a número 1 no estilo está na cara deste disco.

Não é questão de fomentar rivalidades femininas, mas de colocar a carreira e a atitude de Nicki em perspectiva. Basta reparar a capa meio Cleópatra no alto de árvore. Nicki quer retomar seu trono no rap. E a música, em geral, está à altura da ambição.

Vizinha mais nova de Nova York.

Nem é só Cardi B, a vizinha mais nova de Nova York que virou fenômeno nos EUA com o hit “Bodak Yellow” e agora o álbum “Invasion of privacy”, que pode ser considerada ameaça ao reinado de Nicki e, por consequência, alvo indireto de sua fúria em “Queen”. Nicki encara homens e mulheres e quer se provar boa em tudo, de rap acelerado e furioso a balada docinha.

Nicki Minaj expande limites para superar concorrência.
Nicki Minaj expande limites – Arthur Mola – Invision/AP

Rainha diversa:

Veja só “Barbie dreams”, com base de “Just playing (Dreams)”, de Notorious B.I.G. Não é só homenagem, mas uma mostra de que Nicki não se intimidaria na turma de B.I.G. ou qualquer outra do rap. A letra destrói meio mundo, inclusive amigos que estão no disco, como Lil Wayne e Swae Lee. Tudo dentro da cultura de batalhas do rap – aqui com dose extra de sangue nos olhos.

Mas o que se comentou mais em redes sociais foram supostas menções a Cardi B. E nem há nada direto. O principal verso que seria para concorrente mais jovem de Nova York foi apontado por fãs logo na primeira faixa, “Ganja burn”.

“Pelo menos eu posso dizer que escrevi todo o rap que eu faço”, Nicki diz. Seria uma indireta para Cardi após ela ser acusada de usar “ghost writers”, ou compositores de aluguel.

São 66 minutos.

Mas é na variedade de estilos, de vocais e até na extensão de tempo do álbum que ela mais aposta para se afirmar. São 66 minutos (seguindo a tendência atual do álbum-playlist) que atiram em muitas direções, com ajuda de 32 produtores.

Também dá para ter uma ideia da ambição pela lista de convidados: Eminem, Ariana Grande, The Weeknd, Future, Lil Wayne, Swae Lee, Foxy Brown, Labrinth… Não faltam exemplos daquele vocal de rap único e inventivo dela (“Chun Swae” é o melhor deles), mas vai parar também em:

R&B Romântico (“Come see about me”, “Bed”, com Ariana Grande), fofice irônica (“2 lit 2 late”), melodia com malemolência (“Thought I knew you”), trap com risadas maníacas (“Rich sex”, com Lil Wayne), climão arrastado meio rap emo (“Hard white”), rap pop e r&b cheio de dinâmicas diferentes (“Majesty”, com Eminem), toques hispânicos (“Miami” e “Coco Chanel”), batidas retrô de Nova York (“Chun-li”, essa já conhecida e matadora).

Dá tempo de passar por tudo isso e de até começar a ficar repetitivo e menos inspirado, lá depois de dois terços do disco. Nessa hora, você vai conferir se o álbum já acabou e o Spotify começou a tocar umas coisas parecidas aleatórias automaticamente – mas não, ainda é “Queen”. Parece que Nicki quer vencer de todo jeito, inclusive pelo cansaço.

E aí, funcionou?

Mal ela não está. Entre os críticos, por exemplo, “Queen” teve o mesmo patamar de elogios de sua carreira (tem nota 71 em 100 no site “Metacritic”, que faz a média das principais críticas, dentro do histórico entre 60 e 72 dos outros três discos) . “Invasion of privacy”, da Cardy B, parece inspirar mais empolgação na imprensa e tem nota 84.

Mas claro que Minaj não faz música para jornalista velho. Mesmo assim, quem considerar que “Queen” é longo demais não pode negar que dá para pescar vários hits lá no meio. Talvez seja o caso de considerar essas comparações mais como um caso de Blur x Oasis, em que a suposta concorrência ajudou a levantar os dois lados criativamente e comercialmente, do que em histórias mais destrutivas e trágicas como do rap leste x oeste dos EUA nos anos 90.

Além disso, que venham mais concorrentes e provocações reais ou imaginárias para deixar Nicki Minaj sempre afiada como em “Queen”. Assim todo mundo ganha.

Isto é, Nicki Minaj

Foto: Arthur Mola/Invision/AP

Fonte: http://g1.globo.com/dynamo/pop-arte/rss2.xml

Marcos Morrone

Nascido em São Paulo Capital. CEO do Grupo Morrone Comunicações Ltda.

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